quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

O DEFENSOR DO EVANGELHO DA GRAÇA

Queridos leitores,

Segue abaixo o esboço que fiz para a aula n° 12 – Revista Jovens e Adultos – 4° trimestre 2011 – Editora Betel – Barnabé. Sugiro sua leitura junto coma revista. A aula será ministrada em uma sala de jovens.

Introdução: de acordo com a definição corrente, APOLOGÉTICA é a disciplina teológica própria de uma religião que se propõe a demonstrar a verdade da própria doutrina, defendendo-a de teses contrárias. Basicamente é a prática da explanação, demonstração (de ordem moral, científica, histórica, etc.) e defesa sistematizada da fé, sua origem, credibilidade, autenticidade e superioridade em relação às demais religiões
Basicamente é mais conhecida como Apologética Cristã, pois outras religiões como Islamismo e Budismo fizeram tentativas menores de desenvolver esta linha em seus meios.
É dividida basicamente em 4 tipos: evidencialista, pressuposicional, filosófica e científica.
Este conhecimento prévio da apologética é necessário para entender que a defesa da fé deve ser feita de maneira correta, pois a igreja é constantemente atacada. A igreja primitiva enfrentava sérios problemas com os novos cristãos que estavam na Judéia que E tendo sua fé ameaçada pelo ensino judaizante, isto é, a salvação ocorreria apenas se atos complementares fossem feitos, como por exemplo a circuncisão.
A apologética cristã (defesa da fé) quando feita de forma equivocada proporciona divisões dentro do corpo de Cristo.
1. Efésios 2:8 diz claramente que “somos Salvos pela graça, por meio da fé, e isso não vem de nós”. Pra entender claramente este ponto é importante compreender e defender que a Salvação não é fruto de feitos humanos. A antiga aliança que havia entre Deus e os homens (através de sacerdotes, sacrifícios e santuário) foi substituída pela mediação de Jesus (através da Sua morte e ressurreição). Esta nova aliança permite agora que não apenas os judeus (contemplados na aliança antiga) tenham direito a salvação mas agora ela é estendida a todos os homens (gentios). Para se alcançar esta salvação é necessário que as pessoas respondam apenas com a fé (acreditar) e não com obras ou atitudes. Só é possível ter a verdadeira fé quando o evangelho é conhecido e sua verdade aceita.
O grande problema que havia na época de Paulo era que os judeus que haviam aceitado a Cristo não tinham dificuldades em seguir a Cristo pois continuavam a obedecer a Lei Mosaica. Algumas regras da ética Cristã coincidiam com a Lei Mosaica. Já para os gentios este conceito não se aplicava porque historicamente eles eram estrangeiros sem qualquer privilégio de cidadania. Por não estarem baseados em uma promessa divina não tinham qualquer expectativa. Os judeus então de uma forma errada na sua interpretação diziam que para um gentio aceitar a Cristo e ser salvo antes precisava ser circuncidado. Em teoria precisavam se tornar judeus para depois serem salvos através de Cristo. Mesmo tendo sido convertidos estes judeus não tinham ainda compreendido plenamente o evangelho da graça. Ser circuncidado para um judeu era motivo de orgulho e um dos mais importantes de seus 613 mandamentos por isso muito difícil de ser abandonado. Abaixo uma pequena ilustração para entender o que é a circuncisão realizada até hoje por muitos judeus. Era um rito para que o individuo participasse dos benefícios contidos no concerto com Abraão.


2. Não podemos nos esquecer que a nação de Israel demonstrava desprezo pelos gentios. A orientação inicial de Deus era que o judeu deveria ser exemplo aos gentios e não se misturar com eles em sua praticas pagãs (diversos deuses contra um Deus único) por isso algumas regras deveriam ser seguidas, por exemplo, uma terra particular, regras de alimentação, rituais, etc. Porém com o passar do tempo esta orientação foi substituída pelo orgulho. Vale citar que os judeus tinham medo que a pregação de Paulo e Barnabé com o tempo acabasse com a tradição judaica.
3. É bastante interessante observar que este tema trouxe grande discussão entre Paulo/Barnabé e os indivíduos que estavam ensinando isto (ler Atos 15:2). Foi necessária então uma reunião com os apóstolos e presbíteros da igreja. Pedro, Barnabé e Paulo fazem então uma defesa veemente demonstrando que não há necessidade de ações humanas para ser salvo (Ler At. 15: 6-12). Tiago então encerra a questão pedindo que os gentios sejam livres da lei e do cerimonial e propõe que tanto judeus quanto gentios pratiquem a moderação (Atos 15:19-21). Pedia que os gentios aceitassem os escrúpulos dos judeus e não ofende-los comendo comida sacrificada aos ídolos nem carne de animais estrangulados. Em outras palavras os gentios não eram obrigados a cumprirem a lei Mosaica para alcançar a salvação e os judeus poderiam continuar fazendo os rituais da lei, mas isso não traria salvação a eles. Salvação somente em Cristo. Ensinamento bastante interessante que deve ser aplicado nos dias atuais onde a intolerância tem sido praticada em nome de uma santidade fajuta. Notar que não se admite aqui liberalismo teológico em nome da moderação.
Exemplos de liberalismo teológico: o casamento gay, o aborto, a teoria da evolução contra o relato da criação, o relativismo moral, o sexo livre e o ecumenismo com todas as religiões.

Conclusão: Atualmente líderes cristãos têm falhado tanto nos conceitos bíblicos onde se ensina ou no mínimo não se esclarece corretamente que a salvação não é por obras. Vemos com freqüência a troca de favores com Deus ou obtenção da graça através de contribuições financeiras. Isto lembra a época das indulgencias. Talvez estamos precisando de uma nova Reforma Protestante?
Também falha a apologética Cristã. A “salada” que se formou enfraquece esta defesa, gera divisões e permite ataques do inimigo. Precisamos urgentemente reavaliar nossos conceitos e fazer a defesa da fé corretamente.