segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

SHOW DE PROMESSAS OU PROMESSAS DE LUCRO?

Queridos leitores,

Compartilho com você uma matéria retirada do site www.noticias.gospelprime.com.br sobre o show exibido neste final de semana na Rede Globo.
Para ser muito sincero não consegui formar uma opinião definitiva. Por um lado sou muito resistente a este tipo de exploração já que gera muitas consequências negativas no meio cristão. Por outro lado pode levar pessoas a conhecerem o Evangelho.Pelo menos vale a discussão para que consigamos criar uma idéia e pensarmos sobre este assunto.

A Rede Globo transmitiu neste domingo, 18, o Festival Promessas, evento que reuniu nove nomes da música gospel no Aterro do Flamengo no Rio de Janeiro. Os cantores do segmento comemoraram a abertura da emissora que nunca teve muita proximidade com os evangélicos, mas por outro lado diversos fiéis questionavam se aparição é válida para promover o evangelho.
O pastor Ariovaldo Júnior usou seu Twitter para criticar os cantores que aceitaram participar do festival. “Acha mesmo que esse tipo de coisa na TV beneficia o Reino? Isso aí é o tipo de coisa que Jesus expulsou do templo no chicote!”, disse ele.
Ariovaldo critica o evangelho pregado nessas canções e diz não é o evangelho de Jesus, mas de Mamon. A resposta foi dada para uma tuiteira que tentava convencê-lo de que o espaço dado pela Globo faria a Palavra de Deus chegar mais longe.”Eu definitivamente não tenho nada a ver com essa corja gospel. O evangelho que conheço não é essa palhaçada”, criticou.
Por outro lado muitos pastores comemoravam o espaço dado ao público, já que hoje os evangélicos representam 20% da população brasileira. O pastor Silas Malafaia, que de acordo com a Folha de São Paulo seria o grande idealizador do festival, também comemorou a programação em seu Twitter, e não foi só isso, ele também pagou por uma das propagandas exibidas nos intervalos do programa Festival Promessas.
Malafaia já havia profetizado que um dia estaria na emissora carioca falando de Jesus. Quem se lembrou dessa palavra foi o pastor Vicente Sabbatino que escreveu: “O Profeta de nossa geração disse que um dia estaríamos na Globo. O Festival Promessas é apenas o primeiro ato de uma sinfonia de vitória.”
Quem também resumiu sua opinião a respeito dessa polêmica foi o pastor Junior Souza que escreveu em seu microblog que “a Globo a usa os evangélicos para ganhar audiência e nós usamos a Globo para pregar o evangelho”.

ELE


Esta semana antecede o Natal. Os primeiros cristãos adotaram 25 de dezembro como a data do nascimento de Jesus para se opor à festa pagã do Sol Invictus.
Conseguiram. A data ingressou no calendário cristão pela primeira vez, segundo a tradição, no ano de 330, quando da construção da basílica constantiniana de São Pedro, em Roma.
Estendeu-se a data comemorativa por toda a cristandade ocidental, salvo tradições locais das igrejas ortodoxas. O costume, no decorrer do tempo, elevou a data da natividade em momento de evocação de valores espirituais.
Jesus, nome popular na Palestina à época do nascimento de Jesus de Nazaré, nasce em momento de depressão do povo judeu. A ocupação romana e o surgimento de falsos messias surtiam efeitos negativos.
A pregação do filho de José logo surtiu efeito. Jesus passou a ser seguido por adeptos pelas estradas palestinas de então. Corporifica, como registra a Teologia: o Filho de Deus para os cristãos.
No entanto, as três religiões monoteístas, nascidas na bacia mediterrânea, recolhem a figura de Jesus. Os muçulmanos, conforme a Sagrado Alcorão, arrolam Jesus como profeta.
A rica literatura judaica confere a Jesus de Nazaré registro em livros meramente históricos. Seria mais um falso messias. Os evangelistas, contudo, presentes no início da pregação eram todos judeus.
Jesus de Nazaré - o Messias, aquele que vem salvar, - teve sua vida e feitos examinados pelos mais eminentes estudiosos das religiões. As pesquisas e comentários preenchem grandes bibliotecas por todo o Ocidente.
A sua pregação levou povos à morte e suas palavras, muitas vezes, foram utilizadas de maneira deformada e cínica. Governos totalitários, afirmando defender valores, praticaram, em seu nome, grandes carnificinas.
Ainda hoje, as mentes são deformadas por falsos clichês usados para marcar e denegrir comunidades em virtude da religião que professam.
Buscam alguns governantes denegrir valores e tradições, sem respeitar a identidade de cada povo e suas vontades de expressar a vocação espiritual singela ou coletiva. Todas as guerras possuem um componente religioso.
Há, na atualidade, um eclipse do sagrado. Este seria provocado pela evolução dinâmica da ciência e da técnica-industrial. O fenômeno gera um homem serenamente ateu.
Apesar desta situação nova, a espiritualidade, em muitas mentes, mostra-se atuante e repleta de vibrações. Basta observar os templos dos múltiplos credos.
A religião permitiu, por meio das inúmeras confissões, reintegrar pessoas, nas diversas partes do país, em novas comunidades. Em uma sociedade onde a imigração foi constante e selvagem, a religião, pois, teve papel decisivo em reorganizar a vida comunitária.
Agora, chega à hora de comemorar a festa maior da cristandade. A velha formula proto cristã, de dividir o pão entre os membros da comunidade, transformou-se muitas vezes em mero ato consumista.
O capitalismo - em sua ânsia voraz - capturou todos os sentimentos nobres e os transformou em meros objetos de troca. Já não vale o mero sorriso. Exige-se a presença da troca com valor monetário.
As pessoas se endividam para presentear. O sagrado foi posto de lado. Não tem significado. Poucos se lembram da singela manjedoura, berço de Jesus de Nazaré.
Todos se recordam dos monumentos construídos em sua homenagem por governantes perversos e seguidores usurpadores. Poucos se lembram da simplicidade do Natal autentico.
Independente da postura adotada - ateu ou adepto das múltiplas confissões religiosas - vale sempre possuir a consciência da importância fundamental de cada ser vivo.
Seria oportuno, nesta semana, fechar os olhos para o mundano e abrir os corações para o interior das próprias mentes. Um exame de consciência, livre de postura religiosa, é sempre oportuno.
No mínimo, evita agredir o outro por mero lance de ódio ou vaidade.


Fonte: Terra.com.br
Escrito por Cláudio Lembo, advogado e professor universitário. Foi vice-governador do Estado de São Paulo de 2003 a março de 2006, quando assumiu como governador.